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segunda-feira, 18 de abril de 2011

Café sem culpa

Novas pesquisas garantem: o café sai do papel de vilão para encarar um mocinho aliado da sua saúde. Mas antes de brindar a notícia, encontre a medida que pode beneficiar o seu organismo.


Apreciado, amplamente consumido, saboreado de várias maneiras, o café faz parte da alimentação brasileira. Mesmo quem não toma costuma apreciar seu cheirinho agradável. E quem toma normalmente o faz diariamente. Puro, com leite, de manhã, de tarde, de noite, com sorvete, quente, morno, frio. O café está no topo dos alimentos mais consumidos. No mundo todo, só as plantas para fazer refrigerantes de cola e o chá ficam no mesmo patamar do café em termos de vegetais campeões de consumo.
Assim, nada mais útil do que entender um pouco aquelas xícaras esfumaçadas e saber quais são suas propriedades e efeitos para a saúde. “Café não é remédio, mas a comunidade médico-científica já considera a planta como funcional — que previne doenças — ou mesmo nutracêutica — nutricional e farmacêutica. Isso porque o café não possui apenas cafeína, mas também outros componentes”, atesta a nutricionista Priscila Maximino, da Nutrociência, em São Paulo.
Além da cafeína
Potássio, zinco, ferro, magnésio e diversos outros minerais estão presentes no grão, embora em pequenas quantidades. Aminoácidos, proteínas, lipídios, além de açúcares e polissacarídeos também o compõem. Mas nem todas essas substâncias permanecem nas mesmas quantidades quando o café passa pelo processo de torrefação. Alguns deles chegam até mesmo a ser destruídos por completo se os grãos são torrados excessivamente.

Geralmente, os grãos do café tipo Arábica, que é o mais usado para fazer o pó, passam por uma torrefação a 220ºC entre 12 e 15 minutos. No Brasil, os grãos passam, em média, por uma torrefação a 180ºC, durante cerca de 20 minutos. É considerado um tempo excessivo. Por isso, aqui o café costuma apresentar menor grau de qualidade, tanto nas propriedades nutritivas quanto no aroma, cor e sabor.
Por um lado, a torrefação é a responsável pelo fato de o café ser pouco calórico. Afinal, parte dos lipídios, aminoácidos e açúcares são eliminados no processo. Por outro, aumenta a concentração de cafeína, que não se perde.
Combate à depressão
Embora seja o componente mais conhecido do café, a cafeína constitui apenas uma parte de sua composição total. E é menos do que muita gente pensa, pois um grão normal tem de 0,8% a 2,5% de cafeína. Nem por isso deixa de ser parte importante desse alimento, com sua devida participação sobre os efeitos no metabolismo e nas reações orgânicas.
Uma das ações da cafeína se dá sobre os quadros de depressão. E, nesse sentido, o café parece ser um aliado importante no combate à doença. “A cafeína é um estimulante do sistema nervoso central e, em pequenas doses, pode trazer uma sensação de bem-estar, disposição e ânimo”, pondera Ricardo Borges, nutrólogo e coordenador do Centro de Nutrologia e Nutrição Clínica de Ribeirão Preto.
Quando a bebida viciaA estudante Mariana Monteiro, de 20 anos, que o diga. Ela não consome café com exagero. Apenas uma xícara de manhã e outra no fim da tarde. Mas faz questão de ter sua dose de ânimo diariamente. “É um prazer indescritível. Eu me sinto mais disposta e até mais bem humorada”, conta.
No entanto, quando Mariana não tem à disposição sua costumeira xícara, que é bem quente, forte e com pouquíssimo açúcar, os efeitos são totalmente adversos. “Quando fico sem tomar café, a primeira coisa que sinto é uma dor de cabeça relativamente fraca, mas chata. Fico muito malhumorada, sem paciência e inquieta”, revela a estudante.
É comum que as pessoas habituadas a tomar doses diárias de café relatem dor de cabeça quando não o consomem. Segundo Borges, “a cafeína causa dependência física. O corpo precisa dela e, se não a ingere, a pessoa passa por um período de abstinência”.
Tratando-se ainda do sistema nervoso, também há indícios de que a cafeína possa reduzir a incidência da doença de Alzheimer. Porém, estudos nessa direção ainda são experimentais, feitos com animais, e não é possível especular sobre os mesmos efeitos em seres humanos.


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