O envelhecimento envolve fatores ambientais (irradiação solar, fumo, dieta pobre em vitaminas e minerais) e fatores internos (depleção de enzimas antioxidantes, aumento da produção de radicais livres, redução da capacidade de reparação de tecidos, redução da vascularização, depleção hormonal etc). Podemos apontar que o avançar da idade interfere, na pele, nos processos de permeabilidade, cicatrização, angiogênese, função imunológica, produção de suor, síntese de vitamina D, alterações no mecanismo de estabilidade e reparo do DNA, na síntese de lipídeos e no metabolismo celular como um todo.
É a partir dos 20 anos de idade que ocorre depleção das fibras de elastina da pele e após os 30 anos, as fibras de colágeno tembém perdem a capacidade de reposição adequada, fatores que são intensificados com o passar dos anos e correspondem a perda da firmeza e elasticidade e ganho de rugas finas. As glândulas sebáceas, responsáveis pela lubrificação, produção de sebo e de alguns hormônios perdem a capacidade funcional com o passar dos anos e essa diminuição de lipídeos (sebo) na pele pode ocasionar o desenvolvimento de eczema (dermatite), prurido e xerose (pele seca), problemas muito comuns em idosos.
Em termos nutricionais, a pele possui papel importante na síntese da forma ativa da vitamina D, que é um nutriente atuante em diversos órgãos e tecidos. A vitamina D tem como funções a regulação e a diferenciação de tecidos, a liberação de agentes inflamatórios -citocinas. Além disso, a vitamina D atua na proteção da pele ao interferir no processo de morte celular – apoptose – e na indução da expressão de genes de peptídeos antimicrobianos, os quais previnem infecções oportunistas na pele. Os estudos mostram que a concentração de precursores de vitamina D na pele é, pelo menos, 2 vezes maior entre a população jovem em comparação com a população idosa.
Quais os procedimentos nutricionais que podem ser adotados para previnir o envelhecimento da pele e as doenças de pele associadas? Há uma série de nutrientes e alimentos que podem ser consumidos regularmente como forma de manutenção da saúde da pele e estão discutidos abaixo:
- Dieta equilibrada em calorias e nutrientes influencia a resposta de genes relacionados ao processo de biossíntese, o que promove o reparo do DNA, a correta sinalização hormonal na pele e a regulação da apoptose;
- O consumo de alimentos fontes de vitamina D (óleo de fígado, arenque, sardinha, salmão, ovos, leite integral) também são importantes para a promoção da biossíntese e regulação da apoptose na pele;
- O consumo de vitaminas antioxidantes (vitaminas C e E) inibe a produção de radicais livres, os quais estão envolvidos no processo de envelhecimento, além de certas doenças. A vitamina E (óleos, sementes, grãos) age na estabilização da membrana celular, reduz o eritema, melhora a secreção de sebo e a hidratação da pele. A vitamina C atua na síntese de colágeno e no aumento da biodisponibilidade de selênio – mineral que constitui o grupo de enzimas antioxidantes mais potentes do organismo: as glutationas;
- A reposição de colágeno na pele por meio de suplementação de colágeno hidrolisado tem se mostrado efetiva a partir dos 30 anos, segundo os estudos;
- O consumo de carotenóides, principalmente o betacaroteno (cenoura, abóbora, mamão, damasco) e o licopeno (tomate, melancia, pitanga, goiaba, romã) é importante devido às suas ações fotoprotetora e antioxidante – inibe a produção de radicais livres;
- O consumo regular de chá verde tem ação fotoprotetora, pois inibe os efeitos dos raios solares UVB, previne danos ao DNA e também possui atividade antioxidante. Os compostos presentes no chá verde responsáveis por essas propriedades são os polifenóis;
- Outros compostos bioativos com propriedade antioxidante e fotoprotetora são a curcumina (cúrcuma, açafrão, curry), o resveratrol (suco de uva integral, suco de cranberry, suco de amora, uvas) e a genisteína (soja, farinha de soja), entre outros.
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